Sombras se escondem atrás do meu sorriso, eu mostro somente o que quero. Sou uma janela translúcida, deixo a luz passar por mim e compartilho-a com você, mas você não me vê. Não sou nítida, mas deixo tudo evidente. Mas isso é para quem sente e pesca no ar, pois as palavras enganam, as imagens também, como um cigarro relaxa, e mata também....
Posso ser tanta coisa, e sou. Doce ou amarga, submissa ou quem manda, posso lucilar ou ofuscar, dependo da lua, da temperatura, da demanda. Tenho meus dias de Deusa, tenho noites mal dormidas, mal comidas, noites de pesadelos, manhãs em que acordo e me olho no espelho, branca, com olheiras, descabelada, e me pergunto: Onde foi parar a Deusa da noite passada?
Ah meu bem, eu sou o que sou, mas finjo também. É preciso mistério e provocação, mostrar o que se deve e ocultar o que não. Sou uma mulher incomum sim, mas veja que o comum está contido no “in”. Há dias que serei cinza e em outros carmim. Hoje estou amarela, não me pergunte nada, sei que não gosto de meio termo, mas hoje estou assim, nem em casa, nem na rua, estou na janela.
Carolina Salcides
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Muito yincomum... :)
ResponderExcluirA gente precisa dar uma paradinha para observar e elaborar tudo aos poucos. Mais ou menos como ficar diante de uma cachoeira.