Keblinger

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Santa Mulher!


O meu desejo de pecado não sai do meu lado, quando o perco, o encontro sob meu véu. Não é o outro, é meu próprio corpo que me provoca, atiça a pomba gira que está quieta, assombra o sono da freira santa que não peca nada. Santa mulher! Nem exorcizando teus demônios tua alma terá paz.
Tu não nascestes para ficar quieta, contida. Santa pecaminosa... Anda reto até chegar numa curva... Ali te perdes... Sai da linha. Sai de cena a santíssima senhora correta e a cigana da encruzilhada chega dançando pelada, baila nas curvas, bebe vinho, solta gargalhadas no ar. Um turbilhão de emoções contidas vem à tona, faz da freira santa uma Bela Dona.
Ela perde o controle, perde a vergonha, acaba com a curiosidade, mata a vontade. Ela peca em segredo, porque não é ela, mas sim a outra, que mora dentro dela. Um instante apenas ela é a meretriz das tabernas, depois, saciada, volta a ser a mesma de sempre; santa dissimulada!

Carolina Salcides

2 comentários:

  1. Anônimo2:19 AM

    Carol,


    Que bênção poder acompanhar as sementes dando frutos maduros, desabrochando e multiplicando arte, beleza, amor, encanto, sacralidade...
    Que bênção poder estar nesse planeta nessa hora, cumplicentemente vivo, bebendo com todos o doce vento dessas asas eternas...


    AMOR, R.

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  2. Anônimo12:00 PM

    Ó santa generosa das tabernas
    Dai de beber a minh´alma sedenta
    Ó meretriz dissimulada e atenta
    Me queima ao fogo sacro das tuas pernas

    ...

    Besos, Carolina, besos...

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