O que fazer com o desejo que corre em minhas veias e agita minhas células? O mesmo que me ouriça os pêlos, que faz balançar suave os cabelos e faz os olhos brilharem, os poros fervilharem... O desejo é a erupção do vulcão, é a lua tocando o mar, a areia nos corpos, a gotícula de água nas costas depois do banho, escorrendo lentamente, provocando minha sede. Ah, as largas costas dele. Tudo é motivo, tudo é desejo.
Eu o esqueço para ver se ele me esquece, mas ele me açoita a noite, em sonhos, nas curvas dele, na pele dela, no ar fresco que sopra em minha saia... No cheiro de almíscar, na terra molhada... Tudo me desperta: o cheiro, o gosto, as sensações, o movimento, a delicadeza, a força e o mistério.
O que fazer com este Todo, o desejo, esse, de possuir e ser possuída? Desejo de ser consultada, de ser ouvida, desejo de encantar todo dia, e de ser surpreendida. De ser beijada, ser mordida. Eu extravaso esse desejo, eu faço amor, eu faço arte, há desejo de mais em mim... que mal cabe em minha parte.
Carolina Salcides
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menina como vc é inteligente ...e domadora das palavras...há muito tempo eu não vejo alguém escrever assim tão bem.Parabéns de verdade e muito sucesso querida.Beijos.Mi.
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