
Me trespassa com tua faca, bem no meio, que me desdobro em mil... já olhaste minhas sementes, comestes do meu fruto, agora admire minhas flores que se abrem para ti depois do amor. Já estou madura meu bem, não caibo num vasinho, quero um grande terreno para me espalhar, quero teu corpo, tua cama e teu mundo para deitar.
Quero teu sexo sagrado, salgado como as gotas de suor, que me encharcam a pele, cabelos e lençóis vivificando-me dia após dia. Quero teu amor e tua alegria nas minhas noites, nos meus dias, quero tua paixão no meu templo, celebrar cada segundo, cada momento.
Os ventos mudam, desfolham-me ou fortalecem-me e você está lá, sempre do meu lado... Cuidando, molhando, segurando ou devorando-me. Eu gosto assim, de ser a fruta do teu pomar para você fazer o que quiser de mim.
Carolina Salcides
"Me trespassa com tua faca, bem no meio, que me desdobro em mil..." Que achado! Que maneira criativa de passar tanta sensualidade e cumplicidade, através dessa química especial das grandes mulhres, as que sabem ser profundamente femininas como gueixas e guerreiras, yin mas tb poderosas...
ResponderExcluirEsse é só um exemplo, entre tantos em seu trabalho, sobretudo nos mais recentes.
Tenho acompanhado seu trabalho, e admiro tb sua prosa.
Parabéns.
Cordialmente, URKA